- Pela primeira vez a diferença de gols foi usada como meio de desempate, assim como o placar agregado.
- Pela primeira vez uma seleção da Oceania se classificou para a Copa do Mundo da FIFA, a autora da proeza é a Austrália.
- Chile e União Soviética teriam de se enfrentar na repescagem das Eliminatórias. As seleções empataram em Moscou. Porém,
os soviéticos não se apresentaram para a partida em Santiago. Alegaram que não reconheciam o governo de Augusto Pinochet –
que derrubara o esquerdista Salvador Allende no ano anterior – e que o estádio Nacional, onde seria realizada a partida
de volta, era utilizado como prisão política pelo governo chileno. Sem rival, o Chile entrou em campo, deu o pontapé inicial
e fez um gol contra a meta vazia.
- Na final, a Holanda deu saída de bola. Trocou passes e partiu para o ataque. Cruyff entrou na área e foi derrubado. Pênalti.
Neeskens converteu e a Holanda fez 1 x 0 sem que a Alemanha Ocidental sequer tocasse na bola.
- O goleiro italiano Dino Zoff não sofria gols defendendo a Itália desde setembro de 1972. Sua invencibilidade caiu durante
a Copa, obra do atacante Manno Sanon, do pouco cotado Haiti. No total, Zoff ficou 1.172 minutos sem sofrer gol.
- Após a partida de sua seleção contra a Polônia, haitiano Ernest Jean-Joseph foi o primeiro jogador a ser pego no exame
antidoping em uma Copa. Foi excluído e voltou imediatamente a seu país. No Haiti, o jogador foi reprimido pessoalmente pelo
ditador Jean Claude Duvalier e ficou na prisão por dois anos.
- O goleiro holandês Jongbloed gostava de jogar sem luvas e com a camisa 8.
- A Holanda foi a única seleção da história a bater, em um mesmo Mundial, os três grandes da América do Sul: Brasil, Argentina
e Uruguai.
- O atacante alemão Gerd Müller marcou quatro gols durante a competição e se tornou o maior artilheiro da história dos Mundiais,
com 14 (havia feito 10 em 1970). O jogador superou o francês Just Fontaine, que, em 1958, fez 13 gols.
- A Taça Jules Rimet, conquistada em definitivo pelo Brasil em 1970, sai de cena. O novo objeto de desejo era a Copa do
Mundo FIFA, troféu de 37 centímetros de altura feito em ouro maciço pelo escultor italiano Silvio Gazzaniga.
- A seleção do Uruguai escapou de uma boa antes da Copa. Com vôo marcado para a Indonésia para a disputa de um amistoso
preparatório, a seleção cancelou suas reservas pouco antes do embarque. O avião que seguiu sem os atletas acabou caindo, matando
107 pessoas.
- A Bélgica não se clasificou para a Copa, mesmo sem perder um jogo ou tomar um gol.
- O Brasil e a Polônia disputaram o terceiro lugar.Aos 20 minutos do segundo tempo, Mirandinha siu em disparada do meio-de-campo
em direção ao gol da Polônia e foi agarrado por Kasperczac. Mesmo sendo firmemente segurado pela camisa, Mirandinha ainda
percorreu 20 metros até cair. O jornal alemão Bild chamou o lance de "a falta mais comprida da história das Copas".
- Num fato inédito, Johan Cruyff levou um cartão amarelo dois minutos após o fim do primeiro tempo por reclamação.
- O responsável pelo controle do placar eletrônico em Gelsenkirchen entrou em pânico
após o nono gol da Iugoslávia contra o Zaire: não haveria espaço para exibir o nome do autor do décimo gol. A decisão tomada
foi de colocar apenas o número de quem marcasse daí em diante. Mas não foi preciso, o jogo terminou 9 a 0.
- Ainda na partida entre Zaire e Iugoslávia, o africano Muepu tentou agredir o árbitro
colombiano Omar Delgado, que voltou-se a tempo de impedir. Delgado, entretanto, se confundiu quanto ao agressor e expulsou
N`Daye, que foi para o vestiário sem entender nada.
- O primeiro goleiro a ser substituído
durante a Copa por motivos técnicos, e não por contusão, foi o Muampa Kazadi. Aos 22min do primeiro tempo, quando o Zaire
perdia para a Iugoslávia por 3 a 0, o treinador africano tirou Kazadi e colocou Dimbi Tubilandu, que, durante o jogo, sofreu
outros seis gols.
- Segundo histórias de bastidores, uma das coisas
que mais prejudicou a seleção brasileira foram os empresários que estariam negociando com atletas. Jairzinho e Paulo César
assinaram com o Olympique de Marselha, da França, e houve quem acusasse Paulo César de "tirar a perna" para não se machucar.
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Em 1974, o brasileiro João Havelange substituiu o inglês Stanley Houss na presidência da Fifa. Havelange se tornaria o
primeiro não-europeu a ocupar o cargo, que manteria por 24 anos.
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Em 74, o futebol brasileiro se encontrava numa das chamadas fases de "entressafra", com o envelhecimento da geração tricampeã.
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O comando ficou com o técnico da campanha de 70, Mário Jorge Lobo Zagalo, que lamentava a perda dos craques: "O Gerson
parou, perdemos o Carlos Alberto e o Clodoaldo, e o Pelé preferiu ficar de fora."
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Em entrevista concedida à BBC dois meses antes da Copa, Zagalo demonstrou total desconhecimento do novo futebol jogado
pelos europeus. Desconhecia até a grande novidade da época: o "futebol-total", da Holanda, o "Carrossel" treinado por Rinus
Michels.
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Sem Pelé, a camisa 10 da seleção foi entregue a Rivelino, que, com Jairzinho e Paulo César, formava a grande esperança
da torcida brasileira. Entre as revelações, despontavam o goleiro Leão, do Palmeiras, e o lateral Marinho Chagas, do Botafogo.
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